Sadhana Espiritual : Do Caos à Paz

Se o Yoga fosse apenas físico com a mente agitada que tenho já teria trocado a prática por qualquer outra que trabalhe só o corpo Mas eu gosto de desafios e entender as coisas inerentes ao espírito é como mergulhar…

Se o Yoga fosse apenas físico, com a mente agitada que tenho, já teria trocado a prática por qualquer outra que trabalhe só o corpo. Mas eu gosto de desafios, e entender as coisas inerentes ao espírito é como mergulhar todos os dias em um mar desconhecido. Você nunca sabe ao certo o que vai encontrar.

Porque, no Yoga, mesmo fazendo a mesma coisa todo dia, nunca é igual. A cada dia, consigo adentrar partes novas do meu ser, até então desconhecidas.

Houve épocas na minha jornada em que tudo era caos. Atraía tanta confusão que nem eu acredito como superei tantos dramas. Quando olho para trás, nem parece que tudo que vivi coube em uma só vida. A verdade é que, quando decidimos nos conhecer espiritualmente, precisamos estar preparados para lidar com nossa própria energia, que, muitas vezes, pode ser tóxica.

Repetimos um milhão de vezes os mesmos padrões, até que um dia acordamos e pensamos: “Eu não quero mais isso.” Mas sustentar esse desejo depende de uma força interna que poucas pessoas têm. Querer se curar é um ato de coragem, porque, muitas vezes, precisamos aceitar que muitos dos nossos relacionamentos vão embora, muitos dos nossos sonhos também. É como aceitar uma morte invisível, que nem você sabe de quê. Você se vê morrendo, mas não se reconhece no novo. E o processo pode ser mais lento quando insistimos em manter partes do “eu antigo” que ainda não queremos deixar para trás.

É uma constante luta interna entre deixar ir e se abrir para o novo.

Sadhana Espiritual é um ato de aprender a morrer. E morremos todos os dias. E dói. Se eu disser que não dói, estaria mentindo. É solitário e, muitas vezes, sem sentido. Há momentos em que você duvida de tudo o que vê, sente e acredita. Mas você continua. Afinal, quando deu esse passo, te avisaram que não seria fácil.

Você continua, mesmo sem saber por quê. Mesmo sem entender como alguém faz essa escolha no mundo. Continua, mesmo sem saber onde vai chegar. Mesmo olhando para o mundo ao redor e achando tudo confuso. Você percebe o mundo de forma diferente, mas isso não te faz diferente. Pelo contrário, para muitos, você é apenas mais um “lunático fracassado”, o que te faz sentir ainda mais distante da vida ilusória que todos levam.

Quantas ilusões no mundo! Quantas energias desperdiçadas em coisas, sentimentos e valores que só nos enfraquecem.

E, ainda assim, você persiste. O espírito encontra força no além e te mantém firme — só Deus sabe como. Aos poucos, o caminho vai tomando uma nova forma. As coisas começam a fazer mais sentido. E, um dia, do nada, você se vê de um novo lugar. Sente-se renascido para algo novo — mesmo sem saber o que é o novo. Uma paz inexplicável invade o seu ser. E você percebe que nada na sua prática foi em vão.

Abraços,
Wal Nunes

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